Objetivo

Objetivo
Registrar o trajeto dos motociclistas Paulinho, Crespo e Guaraci entre o Rio de Janeiro (Brasil) e Ushuaia (Argentina), atravessando o Uruguai e o Chile. O início da viagem está previsto para o dia 07/01/2012 e o retorno entre os dias 04-06/02/2012, percorrendo mais de 12.000km.

Pensamento
Nada é mais forte que o coração e o companherismo de um motociclista, porque ele é forjado no calor do asfalto, no frio do vento e na àgua da chuva (autor desconhecido).

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Dia 10 - Rio de Janeiro - FIM

Primeiro vamos acrescentar que aquela linda estrada que liga Passo Fundo à Curitiba, tem muitos caminhões trafegando, as vezes eles fazem um comboio com até 10, coladinhos um no outro, e para ultrapassá-los não é mole. Tem que ter muita paciência, esperar e aproveitar as oportunidades.
Em segundo vamos comentar o trajeto realizado, ontem, entre Curitiba e o Rio de Janeiro, onde andamos 889,4km (novo recorde). A turma acordou após às 7hs, pensando em fazer uma escala em São Paulo, já que o tempo estava fechado. Saímos do hotel às 09:30hs e pegamos a estrada (BR 116 - Regis Bitencourt) que ninguém gosta. No caminho colocamos gasolina, pegamos alguns momentos de chuva e sempre tocando em frente. Numa dessas paradas, resolvemos, se chegássemos em São Paulo até às 14hs/15hs, seguiríamos para o Rio. Claro que tem sempre alguém que não gosta dessas esticadas.
Como em toda manhã, o homem da mala, aperta, limpa e lubrifica a corrente da moto (imaginem se não cuidasse dela?) e na última parada, antes de entrar em São Paulo, ainda no posto, ele descobriu que havia caído o suporte e as porcas do lado direito que aperta (alinha) a roda. A adaptação ou melhor "quebra galho", levou uma hora. O mais engraçado é que ele considera que todos esses problemas, não são problema da moto. São de quem então? Já que na ida bebia óleo, quase tanto quanto a gasolina, trocou farol, quebrou raios, trocou a roda traseira 2 vezes, trocou a relação, etc...
Entramos por São Paulo e para sair perdemos mais uma hora. Oh cidadezinha complicada de transito!
Enfim, estrada novamente, só que com muita chuva, logo após passarmos o pedágio da Carvalho Pinto. Não sei por que, toda vez ue passo por lá, na volta "cai um dilúvio".
Claro que vinha gente "xiando" o tempo todo. Devíamos ter ficado em São Paulo. A policia do Rio está em greve e aquela baixada de noite é um perigo. E por aí vai. Nossa última parada foi no posto Rezendão para abastecimento e as despedidas protocolares. Afinal, mesmo amigos, após mais de um mês passando sufocos, tem sempre o me desculpe isso, me desculpe aquilo. Tudo isso faz parte. Só não rolou lágrimas, aparente, nem beijos.
Enfim cheguei em casa às 22:30hs, são e salvo (lógico o que sobrou de mim que vai para a recauchutagem).
Por conveniência, me "esqueci" de contar o batismo e o rebatismo no rípio, ainda na ida, de um dos integrantes, que não fui eu nem o homem da mala (façam um esforço para adivinhar quem foi).
Na primeira vez, foi parar a moto ao lado do homem da mala e apertou o freio dianteiro. Como diz o amigo Licio: comprou chão. E para levantar ele e a moto foi um sufoco, pois ficou "encangado" no homem da mala que não podia sair da moto para ajudar, pois estava preso e poderia cair também.
Na segunda, ia todo "serelepe", margeando a estrada quando a roda dianteira "pisou" em uma pedra solta (que tem um montão na estrada), perdeu o controle da moto e tchan, tchan, tchan... Saiu da estrada e foi rebatizado. Eu que vinha logo atras assisti tudo de camarote. Nada de grave aconteceu, a não ser ter ficado com a perna presa embaixo da moto e, se não pára um carro com 2 caras, mais eu, para ajudar a levantar a moto, ele estava lá até agora.
Em ambas as situações ele só feriu o orgulho e "pegou pavor" desse tal de rípio. Imaginem o pânico dele na volta. Motivo que comentei, em outra data, que ele queria alugar um transporte para colocar ele e a moto depois do rípio.
Entre a ida e a volta, da minha casa, rodamos 12.919km.
Mais dados, principalmente estatísticos, fotos e complementaçao de informações, assim que eu voltar do estaleiro.
Muito obrigado aos que nos apoiaram, aos que nos chamaram de malucos, aos que nos amam e se preocuparam com a gente.
E.t.: A prefeitura de Lages, ficou com saudades da nossa passagem por lá e já enviou uma cartinha, muito bonitinha, para eu pagar por excesso de velocidade. Limite 60km e eu estava na exagerada velocidade de 68 km/h. Menos 4 pontos na carteira. Espero que mais nenhuma prefeitura fique com saudades da nossa passagem.

Gosto sempre de terminar uma aventura em que eu tenha tido algum tipo de particpaçáo, parafraseando Gonçalves Dias, com o seu Y-Juca Pirama, que conta a história de um índio valente e que deu sinais de covardia, ao ser feito prisioneiro dos Timbiras, por necessidade de cuidar de um velho pai, doente e cego, onde termina contado: "... Meninos eu vi. Eu vi o brioso, cair prisioneiro no vasto terreiro, seu canto de morte jamais esqueci... E se alguém duvidava do que ele contava, tornava prudente: MENINOS EU VI".